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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

ESTADOS UNIDOS FASCISTA: JÁ CHEGAMOS LÁ?


As elites conservadoras dos Estados Unidos jogaram abertamente seu futuro com o das legiões de descontentes da extrema-direita. Elas deram apoio explícito e poder às legiões para que ajam como um braço político nas ruas americanas, apoiando ameaças físicas e a intimidação de trabalhadores, liberais e autoridades que se neguem a defender seus [das elites] interesses políticos e econômicos. Chegamos. Estamos estacionados exatamente no lugar onde nossos melhores especialistas dizem que o fascismo nasce. O artigo é de Sara Robinson, do blog For Our Future.


Sara Robinson - Blog For Our Future

Através da escuridão dos anos do governo Bush, os progressistas assistiram horrorizados ao sumiço das proteções constitucionais, à retórica nativista, ao uso do discurso de ódio transformado em intimidação e violência e a um presidente dos Estados Unidos que assumiu poderes só exigidos pelos piores ditadores da história. Com cada novo ultraje, o punhado de nós que tinha se tornado expert na cultura e na política da extrema-direita ouvia de novos leitores preocupados: Chegamos lá? Já nos tornamos um estado fascista? Quando vamos chegar lá?E cada vez que essa pergunta era feita, gente como Chip Berlet e Dave Neiwert e Fred Clarkson e eu mesma olhava para o mapa como o pai que faz uma longa viagem e respondia com um sorriso confortador. "Bem... estamos numa estrada ruim, se não mudarmos de caminho poderíamos acabar lá em breve. Mas há muito tempo e oportunidades para voltar. Fique de olho, mas não se preocupe. Pode parecer ruim, mas não, ainda não chegamos lá".Ao investigar a quilometragem nesse caminho para a perdição, muitos de nós nos baseávamos no trabalho do historiador Robert Paxton, que é provavelmente o estudioso mais importante na questão de como os países adotam o fascismo. Em um trabalho publicado em 1998 no Jornal da História Moderna, Paxton argumentou que a melhor forma de reconhecer a emergência de movimentos fascistas não é pela retórica, pela política ou pela estética. Em vez disso, ele afirmou, as democracias se tornam fascistas por um processo reconhecível, um grupo de cinco estágios que identificam toda a família de "fascismos" do século 20. De acordo com nossa leitura de Paxton, ainda não estávamos lá. Havia certos sinais -- um, em particular -- em que estávamos de olho, e ainda não o reconhecíamos. E agora o reconhecemos. Na verdade, se você sabe o que procura, repentinamente vê isso em todo lugar. É estranho que eu não tenha ouvido a pergunta por um bom tempo; mas se você me fizer a pergunta hoje, eu diria que ainda não chegamos, mas que já entramos no estacionamento e estamos procurando uma vaga. De qualquer forma, o futuro fascista dos Estados Unidos aparece bem grande diante do vidro do automóvel -- e os que dão valor à democracia dos Estados Unidos precisam entender como chegamos aqui, o que está mudando e o que está em jogo no futuro próximo se permitirmos a essa gente vencer -- ou mesmo manter o território. O que é fascismo?A palavra tem sido usada por tanta gente, tão erroneamente, por tanto tempo que, como disse Paxton, "todo mundo é o fascista de alguém". Dado isso, sempre gosto de começar a conversa revisitando a definição essencial de Paxton:"Fascismo é um sistema de autoridade política e ordem social que tem o objetivo de reforçar a unidade, a energia e a pureza de comunidades nas quais a democracia liberal é acusada de produzir divisão e declínio". Em outro lugar, ele refina o termo como "uma forma de comportamento político marcado pela preocupação obsessiva com o declínio da comunidade, com a humilhação e a vitimização e pelo culto compensatório da unidade, energia e pureza, na qual um partido de massas de militantes nacionalistas, trabalhando em colaboração desconfortável mas efetiva com as elites tradicionais, abandona as liberdades democráticas e busca através de violência redentora e sem controles éticos ou legais objetivos de limpeza interna e expansão externa". Não considerando Jonah Goldberg, é uma definição básica com a qual a maioria dos estudiosos concorda e é a que usarei como referência. Do proto-fascismo ao momento-chave. De acordo com Paxton, o fascismo surge em cinco estágios. Os dois primeiros estão solidamente atrás de nós - e o terceiro deveria ser de particular interesse para os progressistas nesse momento. No primeiro estágio, um movimento rural emerge em busca de algum tipo de renovação nacionalista (o que Roger Griffin chama de palingenesis, o renascimento das cinzas, como a de fênix). Eles se reúnem para restaurar uma ordem social rompida, como sempre usando temas como unidade, ordem e pureza. A razão é rejeitada em favor da emoção passional. A maneira como a história é contada muda de país para país; mas ela sempre tem raiz na restauração do orgulho nacional perdido pela ressureição dos mitos e valores tradicionais da cultura e na purificação da sociedade das influências tóxicas de estrangeiros e de intelectuais, aos quais cabe o papel de culpados pela miséria atual. O fascismo somente cresce no solo revolto de uma democracia madura em crise. Paxton sugere que a Ku Klux Klan, que se formou em reação à Restauração pós-Guerra Civil, pode ser o primeiro movimento autenticamente fascista dos tempos modernos. Quase todo país da Europa teve um movimento proto-fascista nos anos seguintes à Segunda Guerra Mundial (quando o Klan experimentou um ressurgimento nos Estados Unidos), mas a maior parte deles empacou no primeiro estágio -- ou no próximo. Como Rick Perlstein documentou em seus dois livros sobre Barry Goldwater e Richard Nixon, o conservadorismo moderno dos Estados Unidos foi construído sobre esses mesmos temas. Do "Despertar nos Estados Unidos" [tema de campanha de Ronald Reagan] aos grupos religiosos prontos para a Ruptura [os milenaristas], ao nacionalismo branco promovido pelo Partido Republicano através de grupos racistas de vários graus, é fácil identificar como o proto-fascismo americano ofereceu a redenção dos turbulentos anos 60 ao promover a restauração da inocência dos Estados Unidos tradicionais, brancos, cristãos e patriarcais. Essa visão foi abraçada tão completamente que todo o Partido Republicano agora se define nessa linha. Nesse estágio, é abertamente racista, sexista, repressor, excludente e permanentemente viciado na política do medo e do ódio. Pior: não se envergonha disso. Não se desculpa para ninguém. Essas linhas se teceram em todo movimento fascista da História. Em um segundo estágio, os movimentos fascistas ganham raízes, se tornam partidos políticos reais e ganham um lugar na mesa do poder. Interessantemente, em todo caso citado por Paxton a base política veio do mundo rural, das partes menos educadas do país; e quase todos chegaram ao poder se oferecendo especificamente como esquadrões informais organizados para intimidar pequenos proprietários em nome dos latifundiários. A KKK lutava contra os pequenos agricultores negros [do sul dos Estados Unidos] e se organizou como o braço armado de Jim Crow. Os "squadristi" italianos e os camisas-marrom da Alemanha reprimiam greves rurais. E nos dias de hoje os grupos anti-imigração apoiados pelo Partido Republicano tornam a vida dos trabalhadores rurais hispânicos nos Estados Unidos um inferno. Enquanto a violência contra hispânicos aumenta (cidadãos americanos ou não), os esquadrões da direita estão obtendo treinamento básico que, se o padrão se confirmar, poderão eventualmente usar para nos intimidar. Paxton escreveu que o sucesso no segundo estágio "depende de certas condições relativamente precisas: a fraqueza do estado liberal, cujas inadequações condenam a nação à desordem, declínio ou humilhação; e a falta de consenso político, quando a direita, herdeira do poder mas incapaz de usá-lo sozinha, se nega a aceitar a esquerda como parceira legítima".Paxton notou que Hitler e Mussolini assumiram o poder sob essas mesmas circunstâncias: "Paralisia do governo constitucional (produzida em parte pela polarização promovida pelos fascistas); líderes conservadores que se sentiram ameaçados pela perda de capacidade para manter a população sob controle num momento de mobilização popular maciça; o avanço da esquerda; e líderes conservadores que se negaram a trabalhar com a esquerda e que se sentiram incapazes de continuar no governo contra a esquerda sem um reforço de seus poderes". E, mais perigosamente: "A variável mais importante é aceitação, pela elite conservadora, de trabalhar com os fascistas (com uma flexibilidade recríproca dos líderes fascistas) e a profundidade da crise que os induz a cooperar". Essa descrição parece muito com a situação difícil em que os congressistas republicanos estão nesse momento. Apesar do partido ter sido humilhado, rejeitado e reduzido a um status terminal por uma série de catástrofes nacionais, a maior parte produzida pelo próprio partido, sua liderança não pode nem imaginar governar cooperativamente com os democratas em ascensão. Sem rotas legítimas para voltar ao poder, sua última esperança é investir no que restou de sua "base dura", dando a ela uma legitimidade que não tem, recrutá-la como tropa de choque e derrubar a democracia americana pela força. Se eles não podem vencer eleições, estão dispostos a levar a disputa política para as ruas e assumir o poder intimidando os americanos a se manterem silenciosos e cúmplices. Quando esta aliança "não santa" é feita, o terceiro estágio -- a transição para um governo abertamente fascista -- começa. O terceiro estágio: chegando lá. Durante os anos do governo Bush, os analistas progressistas da direita se negaram a chamar o que viam de "fascismo" porque, apesar de estarmos de olho, nunca vimos sinais claros e deliberados de uma parceria institucional comprometida entre as elites conservadoras dos Estados Unidos e a horda nacional de camisas-marrom. Vimos sinais de flertes breves - algumas alianças políticas, apoio financeiro, palavras-de-ordem doidas da direita na boca de líderes conservadores tradicionais. Mas era tudo circunstancial e transitório. Os dois lados mantiveram uma distância discreta um do outro, pelo menos em público. O que acontecia por trás das portas, só dá para imaginar. Eles com certeza não agiam como um casal. Agora, o jogo de advinhação acabou. Nós sabemos sem qualquer dúvida que o movimento do Teabag foi criado por grupos como o FreedomWorks do Dick Armey e o Americans for Prosperity do Tim Phillips, com ajuda maciça de mídia da Fox News [a TV de Rupert Murdoch, o magnata da mídia, é porta-voz da extrema-direita dos Estados Unidos].Site da FreedomWorksSite do Americans For Prosperity[Nota do Viomundo: O movimento do Teabag foi um protesto em escala nacional, organizado pelos republicanos, com ampla cobertura da Fox, em que eleitores protestaram contra a cobrança de impostos e o tamanho do governo federal. Uma tentativa de trazer de volta a rebelião contra a cobrança de impostos que esteve na origem do movimento de independência dos Estados Unidos. Ver Boston Tea Party]Vimos a questão dos birther [aqueles que acreditam que Barack Obama não nasceu nos Estados Unidos, mas no Quênia] -- o tipo de lenda urbana que nunca deveria ter saído da capa do [jornal sensacionalista] National Enquirer -- sendo ratificada por congressistas republicanos. Vimos os manuais produzidos profissionalmente por Armey que instruem grupos de eleitores republicanos na arte de causar distúrbios no processo de governo democrático - e as imagens de autoridades públicas aterrorizadas e ameaçadas a ponto de requererem guarda-costas armados para sair de prédios [os protestos aconteceram durante audiências públicas para debater o novo sistema de saúde]. Um dos protestos aparece aqui.Vimos o líder da minoria republicana John Boehner aplaudindo e promovendo um vídeo de manifestantes e esperando por "um longo e quente agosto para os democratas no Congresso". Este é o sinal pelo qual estávamos esperando -- o que nos diria que sim, crianças, chegamos. As elites conservadoras dos Estados Unidos jogaram abertamente seu futuro com o das legiões de descontentes da extrema-direita. Elas deram apoio explícito e poder às legiões para que ajam como um braço político nas ruas americanas, apoiando ameaças físicas e a intimidação de trabalhadores, liberais e autoridades que se neguem a defender seus [das elites] interesses políticos e econômicos. Este é o momento catalisador em que o fascismo honesto, de Hitler, começa. É nossa última chance de brecá-lo. O ponto decisivo. De acordo com Paxton, esse momento da aliança do terceiro estágio é decisivo - e o pior é que quando se chega a esse ponto, é provavelmente tarde para pará-lo. Daqui, há uma escalada, quando pequenos protestos se tornam espancamentos, mortes e a aplicação de rótulos em certos grupos para eliminação, tudo dirigido por pessoas no topo da estrutura de poder. Depois do Dia do Trabalho [Labor Day], quando senadores e deputados democratas voltarem a Washington, grupos organizados para intimidá-los vão permanecer na cidade e usar a mesma tática - aumentada e aperfeiçoada a cada uso - contra qualquer pessoa cuja cor, religião ou inclinação política eles não aceitem. Em alguns lugares, eles já estão tomando nota e preparando listas de nomes. Qual é a linha do perigo? Paxton oferece três rápidas perguntas que nos ajudam a identificar: 1. Estão os neo ou proto-fascistas se tornando arraigados em partidos que representam grandes interesses e sentimentos e conseguem ampla influência na cena política? 2. O sistema econômico ou constitucional está congestionado, de forma aparentemente insuperável, pelas autoridades atuais? 3. A mobilização política rápida está ameaçando sair do controle das elites tradicionais, ao ponto que elas poderiam buscar ajuda para manter o controle? Pela minha avaliação, a resposta é sim. Estamos muito perto. Muito perto. O caminho adiante. A História nos diz que uma vez essa aliança [entre a elite e a tropa de choque] é formada, catalisada e tem sucesso em busca do poder, não há mais como pará-la. Como Dave Neiwert escreveu em seu livro recente, The Eliminationists, "se apenas podemos identificar o fascismo em sua forma madura - os camisas-marrom com passos de ganso, o uso de táticas de intimidação e violência, os comícios de massa - então será muito tarde para enfrentá-lo".Paxton (que anteviu que "um autêntico fascismo popular nos Estados Unidos será crente e anti-negros") concorda que se uma aliança entre as corporações e os camisas-marrom tiver uma conquista - como a nossa aliança tenta agora [barrando a reforma do sistema de saúde proposta por Barack Obama] - pode rapidamente ascender ao poder e destruir os últimos vestígios de um governo democrático. Assim que ela conseguir algumas vitórias, o país estará condenado a fazer a feia viagem através dos dois últimos estágios, sem saída ou paradas entre agora e o fim. O que nos espera? No estágio quatro, quando o dueto assumir o controle completo do país, lutas políticas vão emergir entre os crentes do partido - os camisas-marrom e as instituições da elite conservadora - igreja, militares, profissionais e empresários. O caráter do regime será determinado por quem vencer a disputa. Se os membros do partido (que chegaram ao poder através da força bruta) vencerem, um estado policial autoritário seguirá. Se os conservadores conseguirem controlá-los, uma teocracia tradicional, uma corporocracia ou um regime militar podem emergir com o tempo. Mas em nenhum caso o resultado lembrará a democracia que a aliança derrubou. Paxton caracteriza o estágio cinco como "radicalização ou entropia". Radicalização é provável se o novo regime conseguir um grande vitória militar [Nota do Azenha: sobre a Venezuela, por exemplo], o que consolida seu poder e dá apetite para expansão e uma reengenharia social em grande escala (Veja a Alemanha). Na ausência do evento radicalizador, podemos ter a entropia, com a perda pelo estado de seus objetivos, o que degenera em incoerência política (Ver a Itália). É fácil neste momento olhar para a confusão na direita e dizer que é puro teatro político do tipo mais absurdamente ridículo. Que é um show patético de marionetes. Que esse povo não pode ser levado a sério. Com certeza, eles estão com raiva -- mas eles são minoria, fora do poder e reduzida a ataques de nervos. Os crescidos devem se preocupar com eles tanto quanto se preocupam com uma menina de cinco anos, furiosa, que ameaça segurar a respiração até ficar azul. Infelizmente, todo o barulho e as ameaças obscurecem o perigo. Essa gente é tão séria quanto uma multidão linchadora e eles já deram os primeiros passos para se tornar uma. Eles vão se sentir mais altos e mais orgulhosos agora que suas tentativas de desobediência civil estão contando com apoio integral das pessoas mais poderosas do país, que cinicamente os usam numa última tentativa de garantir suas posições de lucro e prestígio. Chegamos. Estamos estacionados exatamente no lugar onde nossos melhores especialistas dizem que o fascismo nasce. Todos os dias que os conservadores no Congresso, os comentaristas de extrema-direita e seus barulhentos seguidores conseguem segurar nossa capacidade de governar o país, é mais um dia em que caminhamos em direção à linha final, da qual nenhum país, mostra a História, conseguiu retornar.


MULHER MARAVILHA !

Também na minha infância havia o seriado “Mulher-Maravilha". Eu era um dos meninos que ficou estarrecido com a sua roupinha, (na época,era!) e com o generoso decote do figurino da atriz Lynda Carter, eleita Miss Mundo em 1972. Depois do seriado, ela teve problema com o álcool. e virou um dragão. Veja abaixo a abertura da primeira e da segunda temporada. O som é muito louco !

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922


A Semana de Arte Moderna ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, em 1922, tendo como objetivo mostrar as novas tendências artísticas que já vigoravam na Europa. Esta nova forma de expressão não foi compreendida pela elite Paulista, que era influenciada pelas formas estéticas europeias mais conservadoras. O idealizador deste evento artístico e cultural foi o pintor Di Cavalcanti.
Em um período repleto de agitações, os intelectuais brasileiros se viram em um momento em que precisavam abandonar os valores estéticos antigos, ainda muito apreciados em nosso país, para dar lugar a um novo estilo completamente contrário, e do qual, não se sabia ao certo o rumo a ser seguido.
No Brasil, o descontentamento com o estilo anterior foi bem mais explorado no campo da literatura, com maior ênfase na poesia. Entre os escritores modernistas destacam-se: Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida e Manuel Bandeira. Na pintura, destacou-se Anita Malfatti, que realizou a primeira exposição modernista brasileira em 1917. Suas obras, influenciadas pelo cubismo, expressionismo e futurismo, escandalizaram a sociedade da época. Monteiro Lobato não poupou críticas à pintora, contudo, este episódio serviu como incentivo para a realização da Semana de Arte Moderna.
A Semana, na verdade, foi a explosão de ideias inovadoras que aboliam por completo a perfeição estética tão apreciada no século XIX. Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão. Isto culminou com a incompreensão e com a completa insatisfação de todos que foram assistir a este novo movimento. Logo na abertura, Manuel Bandeira, ao recitar seu poema Os sapos, foi desaprovado pela plateia através de muitas vaias e gritos.
Embora tenha sido alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só foi adquirir sua real importância ao inserir suas idéias ao longo do tempo. O movimento modernista continuou a expandir-se por divulgações através da Revista Antropofágica e da Revista Klaxon, e também pelos seguintes movimentos: Movimento Pau-Brasil, Grupo da Anta, Verde-Amarelismo e pelo Movimento Antropofágico.
Todo novo movimento artístico é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto vale para todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia, etc. Ocorre que nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética europeia tradicional que influenciava os artistas brasileiros.


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

ENTREVISTA COM MARCOLA PARA O JORNAL ESTADÃO


- "Você é do PCC?"
- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre e invisível... vocês nunca me olharam durante décadas... E antigamente era mole resolver o problema da miséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralas periferias... A solução que nunca vinha... Que fizeram? Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verba para nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a "beleza dos morros ao amanhecer", essas coisas...
Agora, estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo... Nós somos o início tardio de vossa consciência social... Viu? Sou culto... Leio Dante na prisão...
- Mas... a solução seria...
- Solução? Não há mais solução, cara...
A própria idéia de "solução" já é um erro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões de dólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensa vontade política, crescimento econômico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma "tirania esclarecida", que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, que passasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir?
Se bobear, vão roubar até o PCC...) e do Judiciário, que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal do país, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até conference calls entre presídios...) E tudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocial profunda na estrutura política do país.
Ou seja: é impossível. Não há solução.
- Você não têm medo de morrer?
- Vocês é que têm medo de morrer, eu não.
Aliás, aqui na cadeia vocês não podem entrar e me matar... mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nós somos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba...
Estamos no centro do Insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira da morte, a única fronteira.
Já somos uma outra espécie, já somos outros bichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovado numa vala...Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "seja marginal, seja herói "?
Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha... Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000 livros e leio Dante... mas meus soldados todos são estranhas anomalias do desenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, se educando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como um monstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem.
Vocês não ouvem as gravações feitas "com autorização da Justiça"? Pois é.
É outra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. A pós-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia , satélites, celulares, internet, armas modernas. É a merda com chips, com megabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos de um grande erro sujo.
- O que mudou nas periferias?
- Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como o Beira-Mar não manda?
Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório... Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica . Se funcionário vacila, é despedido e jogado no "microondas"... ha, ha...
Vocês são o Estado quebrado, dominado por incompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha.Nós não tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vão de três-oitão. Nós estamos no ataque.
Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade.
Vocês nos transformam em superstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pela população das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados.Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais.
Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assim que passa o surto de violência.
- Mas o que devemos fazer?
- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado, senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas de cocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas...
O país está quebrado, sustentando um Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastos públicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra". Não há perspectiva de êxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gente já tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí...
Pra acabar com a gente, só jogando bomba atômica nas favelas... Aliás, a gente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo... Já pensou? Ipanema radioativa?
- Mas... não haveria solução?
- Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a "normalidade". Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer uma autocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... na boa... na moral... Estamos todos no centro do Insolúvel.
Só que nós vivemos dele e vocês... não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olha aqui, mano, não há solução. Sabem por quê?
Porque vocês não entendem nem a extensão do problema.
Como escreveu o divino Dante: "Lasciate ogni speranza voi che entrate!" ( “Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno.” )
Marcola
Fonte: O JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO


sábado, 19 de setembro de 2009

ULTRASEVEN


Durante minha infância, a televisão estava em pleno desenvolvimento. Os canais de televisão da época, buscavam alternativas para o preenchimento dos horários e, como hoje, havia horários reservados ao público infantil e aos adolescentes. Na época, essas redes de televisão, recorreram à exibição, inclusive, de seriados japoneses. Assim, houve uma variedade, que se iniciou com National Kid (que não foi da minha época). Apareceram então, dois seriados, dos quais eu lembro bem: Ultraman e o Ultraseven. Mas para que vocês entendam melhor do que se trata, eu tenho que fazer um breve histórico do que vem a ser os Ultra: Tokugi Tsuburaia, era produtor dos efeitos especiais dos filmes de Godzila, mas um dia resolveu fazer uma mudança radical, que envolvia a criação de uma produtora independente. Então, em abril de 1963, fundou a Tsuburaya Tokugi (Special Effects) Productions Co., Ltd., visando a produção de efeitos especiais para o cinema e, posteriormente, de seriados de ficção. Ultra Seven (exibido no Brasil pela TV Record) foi ao ar em outubro de 1967 pela TBS network do Japão. Era mais um Ultra herói, mas que se apresentava de uma maneira ligeiramente diferente: a qualidade de todos os itens era mais sofisticada e as histórias apresentavam passagens dramáticas e cheias de ação. Além disso, sobre a cabeça, possuía uma espécie elmo baseado no exercito Grego que, inicialmente, era uma poderosa arma, uma lâmina que poderia ser lançada como um bumerangue, partindo os monstros em pedaços.

THE KROFFT SUPERSHOW

Os norte-americanos Sid e Marty Krofft são dois irmãos que produziram shows infantis pra TV nos anos 70, posso dizer que foram uma espécie de "tios malucos” que participaram da minha infância sem o saberem. Krofft super show era um programa que tinha em seu conteúdo uma variedade de pequenos seriados, como mulher elétrica e garota dínamo, wonder bug, Elo perdido entre outros. Em uma época ainda sem TV a cabo nem parabólica, em que as TVs dependiam muito de reprises de programas de anos anteriores, então nos anos 80 vi muita coisa dos 70.


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

HINO NACIONAL SOB CHUVA DE BOMBAS


Em plena Catedral de Pisa, na Itália, a FEB (Força expedicionária brasileira) cantando o Hino Nacional, a todo vapor, resiste bravamente sob intenso bombardeio sem perder o tom. Muitos artistas poderiam seguir o exemplo dos pracinhas sem cometer tantas gafes ao cantar o hino...



NOVA CAPA DO DISCO DO DIGITAL MEN


Aê galera, já está pronta a capa do novo disco do Digital Men. A concepção de arte ficou por conta de Marco Jones que já tem vários desenhos produzidos, é só conferir no blog dele!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

AS AÇÕES CRIMINOSAS DA REVISTA VEJA


8 de setembro de 2009
Por Altamiro Borges*
Os editores da revista Veja são de um cinismo depravado. Na edição desta semana, este panfleto da direita colonizada estampou mais uma capa com ataques ao MST. A manchete provocadora: Abrimos o cofre do M$T. A foto montagem: um boné da organização com dólares e reais. A chamada: “Como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra desvia dinheiro público e verbas estrangeiras para cometer seus crimes”.
Na “reporcagem” interna, nenhuma entrevista com lideranças dos sem-terra e nenhuma visita às escolas e assentamentos produtivos do MST. Como arapongas ilegais, ela se jacta de que “teve acesso às movimentações bancárias de quatro entidades ligadas aos sem-terra. Elas revelam como o governo e organizações internacionais acabam financiando as atividades criminosas do movimento”.
As quatro entidades – Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária (Concrab), Centro de Formação e Pesquisas Contestado (Cepatec) e Instituto Técnico de Estudos Agrários e Cooperativismo (Itac) – “receberam 43 milhões de reais em convênios com o governo entre 2003 e 2007”, resmunga a revista da Editora Abril, que sempre saqueou os cofres públicos.
Uma “reporcagem” interesseira
O novo ataque ao MST não é gratuito. Ele ocorre poucos dias após a jornada nacional de luta por mais verbas para a reforma agrária e pela atualização dos índices de produtividade, usados como parâmetros legais para a desapropriação de terras. Diante da sinalização do governo Lula de que atenderia as justas reivindicações, a revista Veja resolveu sair em defesa dos latifundiários e dos barões do agronegócio. Não há nenhuma investigação jornalística sobre as premiadas iniciativas educativas e sociais do MST. Apenas opiniões preconceituosas para criminalizar o movimento. Seu objetivo é asfixiar financeiramente o MST, fragilizando a heróica luta pela reforma agrária.
Daí a “reporcagem” esbravejar, num tom fascistóide, que “o MST é movido por dinheiro, muito dinheiro, captado basicamente dos cofres públicos e junto às entidades internacionais. Ao ocupar ministérios, invadir fazendas, patrocinar um confronto com a polícia, o MST o faz com dinheiro de impostos pagos pelos brasileiros e com o auxílio de estrangeiros que não deveriam se imiscuir em assuntos do país”. A matéria também serve de palanque para o tucano José Serra. “Aliados históricos do PT, os sem-terra encontraram no governo Lula uma fonte inesgotável de recursos para subsidiar suas atividades”. E ainda estimula intrigas. “O governo Lula agora experimenta o gosto da chantagem de uma organização bandida que cresceu sob seus auspícios”.
Resposta corajosa do MST
O MST já respondeu com altivez às provocações. “Não há nenhuma novidade na postura política e ideológica desses veículos, que fazem parte da classe dominante e defendem os interesses do capital financeiro, dos bancos, do agronegócio e do latifúndio, virando de costas para os problemas estruturais da sociedade e para as dificuldades do povo brasileiro. Desesperados, tentam requentar velhas teses de que o movimento vive à custa de dinheiro público. Aliás, esses ataques vêm justamente de empresas que vivem de propaganda e de recursos públicos ou que são suspeitas de benefícios em licitações do governo de São Paulo, como a Editora Abril”.
Quanto aos ataques, a nota é elucidativa. “Em relação às entidades que atuam nos assentamentos de reforma agrária, que são centenas trabalhando em todo o país, defendemos a legitimidade dos convênios com os governos federal e estaduais e acreditamos na lisura do trabalho realizado. Essas entidades estão devidamente habilitadas nos órgãos públicos, são fiscalizadas e, inclusive, sofrem perseguições políticas do TCU (Tribunal de Contas da União), controlado atualmente por filiados do PSDB e DEM. Elas desenvolvem projetos de assistência técnica, alfabetização de adultos, capacitação, educação e saúde em assentamentos rurais, que são um direito dos assentados e um dever do Estado, de acordo com a Constituição”.
Um negócio de 719 milhões de reais
Em mais este ataque colérico, a revista Veja prova que é imoral e cínica. Tudo que publica serve a objetivos políticos precisos, mas embalados na manipulação jornalística. De fato, muita coisa precisa ser investigada no país. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a mídia tornou-se uma urgência. No caso da Editora Abril, que condena o “auxílio de estrangeiros que se imiscuem em assuntos do país”, seria útil averiguar sua própria origem, quando o empresário estadunidense Victor Civita se mudou para São Paulo, em 1949, trazendo na bagagem um sinistro acordo com a Disney. Não é para menos que muitos o acusaram de “agente do império” e de servidor da CIA.
Quanto aos recursos públicos, seria necessário apurar as compras milionárias do governo tucano de José Serra das publicações da Abril. O Ministério Público Federal inclusive já abriu processo para investigar o caso suspeito. No embalo, poderia averiguar as recentes denúncias do jornalista Carlos Lopes, editor do jornal Hora do Povo. No artigo intitulado O assalto do grupo Abril aos cofres públicos na venda de livros do MEC, com base em dados do Portal da Transparência, ele mostra que “nos últimos cinco anos, o Ministério da Educação repassou ao grupo Abril a quantia de R$ 719.630.139,55 para compra de livros didáticos. Foi o maior repasse de recursos públicos destinados a livros didáticos dentre todos os grupos editoriais do país”.
A urgência da CPI da mídia
“Nenhum outro recebeu, nesse período, tanto dinheiro do MEC. Desde 2004, o grupo da Veja ficou com mais de um quinto dos recursos (22,45%) do MEC para compra de livros didáticos... O espantoso é que até 2004 o grupo Civita não atuava no setor de livros didáticos. Neste ano, o grupo adquiriu duas editoras – a Ática e a Scipione. Por que essa súbita decisão de passar a explorar os cofres públicos com uma inundação de livros didáticos? Evidentemente, porque existe muito dinheiro nos cofres públicos... O MEC, infelizmente, está adotando uma política de fornecer dinheiro público para que o Civita sustente o seu panfleto – a revista Veja”.
“Exatamente essa malta, cínica e pendurada no dinheiro público, acusa o MST de ter recebido, de 2003 a 2007, R$ 47 milhões em alguns convênios com o governo federal... Já o Civita recebeu só do MEC, entre 2004 e 2008, R$ 719 milhões, isto é, 17 vezes mais do que o MST – e não foi para trabalhar, mas para empurrar livros didáticos duvidosos, e a preço de ouro”, critica Carlos Lopes. Como se observa, uma CPI da mídia é urgente.
*Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB. (Texto publicado originalmente no Portal Vermelho)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

BRASIL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Durante o Estado Novo (1937 – 1945), o governo brasileiro viveu a instalação de um regime ditatorial comandado por Getúlio Vargas. Nesse mesmo período, as grandes potências mundiais entraram em confronto na Segunda Guerra, onde observamos a cisão entre os países totalitários (Alemanha, Japão e Itália) e as nações democráticas (Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao longo do conflito, cada um desses grupos em confronto buscou apoio político-militar de outras nações aliadas. Com relação à Segunda Guerra Mundial, a situação do Brasil se mostrava completamente indefinida. Ao mesmo tempo em que Vargas contraía empréstimos com os Estados Unidos, comandava um governo próximo aos ditames experimentados pelo totalitarismo nazi-fascista. Dessa maneira, as autoridades norte-americanas viam com preocupação a possibilidade de o Brasil apoiar os nazistas cedendo pontos estratégicos . A preocupação norte-americana, em pouco tempo, proporcionou a Getúlio Vargas a liberação de um empréstimo de 20 milhões de dólares para a construção da Usina de Volta Redonda. No ano seguinte, os Estados Unidos entraram nos campos de batalha da Segunda Guerra e, com isso, pressionou politicamente para que o Brasil entrasse com suas tropas ao seu lado. Pouco tempo depois, o afundamento de navegações brasileiras por submarinos alemães gerou vários protestos contra as forças nazistas. Dessa maneira, Getúlio Vargas declarou guerra contra os italianos e alemães, em agosto de 1942. Politicamente, o país buscava ampliar seu prestígio junto ao EUA e reforçar sua aliança política com os militares. No ano de 1943, foi organizada a Força Expedicionária Brasileira (FEB), destacamento militar que lutava na Segunda Guerra Mundial. Somente quase um ano depois as tropas começaram a ser enviadas, inclusive com o auxílio da Força Aérea Brasileira (FAB). A principal ação militar brasileira aconteceu principalmente na organização da campanha Italiana,em Monte Castelo, onde os brasileiros foram para o combate ao lado das forças estadunidenses. Nesse breve período de tempo, mais de 25 mil soldados brasileiros foram enviados para a Europa. Apesar de entrarem em conflito com forças nazistas de segunda linha, o desempenho da FEB e da FAB foi considerado satisfatório, com a perda de 943 homens.


Por: Rainer Sousa

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

ANTECEDENTES DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL


Tratado de Versalhes : No Palácio de Versalhes, em Paris, reuniram-se os representantes de 32 países, que assinaram um acordo em 28 de junho de 1919, elaborado na verdade pelos representantes dos "Três Grandes" o presidente Woodrow Wilson dos EUA, e os primeiros ministros da Inglaterra e França, David Lloyd George e Georges Clemanceau e que foi imposto à Alemanha derrotada.
O Tratado, que punha fim oficialmente a I Guerra, pretendia devolver a paz à Europa e ao mesmo tempo, eliminar o potencial bélico e industrial alemão, mas criou uma nova realidade marcada pela postura imperialista dos vencedores e pelo fortalecimento do sentimento nacionalista e de vingança na Alemanha. A Alemanha foi obrigada a entregar todo seu equipamento bélico ( 5 mil canhões, 25 mil metralhadoras, 3 mil morteiros, 1700 aeroplanos, 5 mil locomotivas, 150 mil vagões, 5 mil caminhões, 6 cruzadores, 10 encouraçados, 8 cruzadores e 50 destróieres), a retirar suas tropas da região do Reno, próxima da França, a reduzir o efetivo militar, foi proibida de se unir à Áustria e perdeu todos os seus territórios na África e Ásia. Na Europa, o país foi obrigado a devolver as regiões da Alsácia e Lorena à França e as regiões de Dantzig (de população predominantemente alemã) `a Polônia.
desempregados na Alemanha: O governo alemão foi obrigado a pagar pesada indenização não somente aos países que haviam sido invadidos, mas também aos EUA, Inglaterra e algumas de suas colônias, fortalecendo o imperialismo britânico. O valor inicial da indenização foi fixado em 24 bilhões de libras, que foi reduzido gradualmente, redução que não impediu o desastre econômico no país. A Itália pode ser considerada como grande derrotada na I Guerra. Apesar de ter lutado a favor dos Aliados, de ter contribuído com recursos materiais e de ter parte de seu território ocupado e destruído durante a guerra, não conseguiu ver atendidas suas reivindicações territoriais e recebeu uma parcela irrisória das indenizações pagas pela Alemanha
Imperialismo e Nacionalismo: O nacionalismo exacerbado que tomou conta de vários países da Europa após a Primeira Guerra, foi uma reação à nova ordem geopolítica imposta pelos Tratados do pós Guerra, principalmente pelo Tratado de Versalhes, que teve efeitos diretos sobre a Alemanha e indiretos sobre a Itália. A nova situação foi caracterizada pela formação de democracias muito frágeis, que seriam responsáveis pelo difícil processo de recuperação econômica. No quadro do imperialismo desenvolvido desde o século XIX, o papel das colônias era visto como fundamental para o desenvolvimento das grandes potências. A Itália perdeu ao final da guerra os territórios na fronteira com a Áustria, a Dalmácia, e nem foi considerada sua pretensão de anexar a Albânia, que se tornou um país independente. O Japão perdeu territórios no litoral da China. Inglaterra e França dividiram entre si as possessões alemãs na África e Ásia. A luta por territórios, importantes do ponto de vista econômico e estratégico, foi determinante para reforçar o sentimento nacionalista em vários países. No caso de países vencedores, a manutenção ou ampliação dos territórios sob seu domínio reforçou a política imperialista, de reserva de mercado, consequentemente reduzindo o espaço econômico de outros países. Para os países derrotados e para a Itália, a perda de territórios e de influência significou a estagnação da economia, num momento onde o esforço para a recuperação exigia maior produção e fornecimento de matérias-primas. Para esses países, a retomada do crescimento econômico somente seria possível com a ampliação de seus territórios, retomando a política imperialista (desenvolvida pelas demais potências) e isso não seria possível sem um forte ideal nacionalista. A radicalização do sentimento nacionalista está associada a ideia de crescimento e ao mesmo tempo à ideia de repúdio àqueles que impedem o crescimento, e contribuiu para a implantação de governos totalitários e militaristas. Uma outra fórmula que serviu para reforçar tanto o sentimento nacionalista como os governos militares, foi a posição do empresariado destes países, frente a possibilidade de avanço comunista. A situação da Alemanha ao final da Primeira Guerra a monarquia fora eliminada, considerada como culpada pelo fracasso da política bélica alemã, e desta forma, o exército procurou sair da guerra como uma instituição vitoriosa: cumprirá sua missão, o território alemão não havia sido invadido. O sentimento difundido pela cúpula militar pretendia atingir não apenas a grande massa de soldados, mas a sociedade em geral, e o exército continuará a Ter um papel importante na vida política e social do país.
Com o fim da monarquia, iniciou-se um período que ficou conhecido como a " República de Weimar" que se dizia um governo liberal, apoiado em uma nova Constituição, mas que se iniciava sob o espectro da crise econômica e social. O novo governo, ao aceitar as imposições imperialistas do Tratado de Versalhes, nascera fadado a viver sob constante crise. Se num primeiro momento obtivera o apoio das camadas populares, em pouco tempo conheceu um processo de greves e manifestações contra a situação marcada pela hiperinflação e pelo desemprego crônico. Para se preservar no poder, o novo governo adotou uma posição conservadora, não atendendo as expectativas dos trabalhadores que o haviam apoiado, voltando-se para os setores mais conservadores da sociedade, como militares e empresários ultranacionalistas. Dessa maneira, o governo da Social Democracia tornou-se cada vez mais centrista e abriu a possibilidade de uma constante radicalização e polarização, marcada pela tendência de as forças mais conservadoras se unirem em torno de um projeto comum ao longo de poucos anos, o mesmo acontecendo com as forças mais a esquerda, não obstante suas divisões internas.
manifestação nazista: O nazismo passou a se aproveitar das divisões internas dos grupos que apoiavam o governo e do caos econômico. Hitler começou a conquistar o apoio do povo alemão defendendo uma política de força como solução para os grandes problemas alemães. Sua propaganda era extremamente nacionalista e xenófoba, dirigida contra o comunismo e contra os judeus. O inicio da década de 30 foi marcado pelo acirramento das disputas políticas e de uma forma geral pelo avanço do nazismo. Em janeiro de 1930 Hitler foi nomeado Chanceler; em fevereiro as forças paramilitares incendiaram o Reichstag, atribuindo a culpa aos comunistas, originando violentas perseguições aos sindicatos e aos membros do partido Comunista. A ameaça comunista e a necessidade de limitar a ação dos judeus foi o pretexto utilizado para reforçar a centralização. Em março, com maioria de nazistas, o parlamento concede plenos poderes a Hitler através do Ato de Autorização, que lhe permitiria decretar leis sem aprovação. Com a morte do presidente Hindenburg., assume também a presidência. O governo ditatorial passa a desenvolver então uma política belicista, de reorganização militar e investimento na indústria bélica, com vistas a colocar em prática sua política expansionista.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL

O Cinema Novo foi um movimento do cinema brasileiro que durou de 1955 a 1971 e sofreu influência direta do Neo-realismo italiano e da Nouvelle Vague francesa. Os principais diretores deste período foram Cacá Diegues, Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Leon Hirszman, Roberto Santos, Ruy Guerra e Nelson Pereira dos Santos que deu início ao movimento em 1955 com o filme Rio, 40 Graus.
O Cinema Novo na primeira metade dos anos 60 se opunha ao tradicionalismo das produções da Vera Cruz, produtora criada pelo paulista Franco Zampari, Glauber liderou prática e teoricamente o movimento do Cinema Novo. Em seu livro Revisão Crítica do Cinema Brasileiro, Glauber argumenta em favor da criação de um cinema superior, nascido da miséria brasileira como o neo-realismo nasceu da indigência das cidades italianas no imediato pós-guerra. O filme que marcou o movimento foi Deus e o Diabo na Terra do Sol que aborda o fanatismo religioso no nordeste brasileiro e o Banditismo Social.

CIVILIZAÇÃO BABILÔNICA

O antigo reino da Mesopotâmia, conhecido originalmente como Sumer e Acad, entre os rios Tigre e Eufrates, ao sul da atual Bagdá, Iraque. A civilização babilônica, que existiu do século 18 ao 6 a.C., era, como a suméria que a precedeu, de caráter urbano, embora baseada mais na agricultura do que na indústria. O país era constituído por 12 cidades, cercadas de povoados e aldeias. No alto da estrutura política estava o rei, monarca absoluto . Abaixo dele havia um grupo de governadores e administradores selecionados. Os prefeitos e conselhos de anciãos da cidade eram encarregados da administração local. Os babilônios modificaram e transformaram sua herança suméria para adequá-la a sua própria cultura e maneira de ser e influenciaram os países vizinhos, especialmente o reino da Assíria, que adotou praticamente por completo a cultura babilônica. As escavações arqueológicas realizadas permitiram que fossem encontradas importantes obras de literatura. Uma das mais valiosas é a magnífica coleção de leis (século 18 a.C.) denominada Código de Hamurabi, que, junto com outros documentos e cartas pertencentes a diferentes períodos, proporcionam um amplo quadro da estrutura social e da organização econômica do império da Babilônia. Mais de 1200 anos se passaram desde o glorioso reinado de Hamurabi até a conquista da Babilônia pelos persas. Durante esse longo período, a estrutura social e a organização econômica, a arte e a arquitetura, a ciência e a literatura, o sistema judicial e as crenças religiosas babilônicas, sofreram considerável mudança. Os feitos culturais da Babilônia deixaram uma profunda impressão no mundo antigo e particularmente nos hebreus e gregos. A influência babilônica é evidente nas obras de poetas gregos como Homero e Hesíodo, na geometria do matemático grego Euclides, na astronomia, astrologia, e na Bíblia. Uma das primeiras cidades construídas no mundo, é mencionada em documentos escritos há mais de 5000 anos a.C. Foi edificada numa parte do mundo onde nasceram as mais velhas civilizações, nas margens do rio Eufrates, no Iraque, no Vale da Mesopotâmia. Cresceu em importância há 4.000 anos, quando um grande rei, Hamurabi, governou-a. Conquistou ele todas as cidades e tribos ao redor e dirigiu sabiamente o seu reino. Suas leis, escritas em caracteres cuneiformes, em blocos de barro, foram descobertas por arqueólogos. Outros desses blocos demonstraram que a Babilônia devia ter sido, então, uma cidade com muitas casas confortáveis e templos magnificentes. Os sacerdotes desses templos administravam todas as finanças de toda a Babilônia. Depois da morte de Hamurábi, a Babilônia foi conquistada sucessivamente por muitas tribos; seu segundo período de grandeza não foi atingido senão no ano de 600 a.C. Pouco antes disso, os assírios (que dominaram com crueldade grande parte da região) foram derrotados por uma tribo de caldeus, cujo chefe se tornou rei da Babilônia. seu filho, Nabucodonosor, conquistou gradualmente outras tribos e determinou, então, transformar Babilônia na mais bela cidade do seu tempo. Construiu enormes muralhas e torres para protegê-la contra os inimigos. Edificou templos e palácios que foram enfeitados com lindos mosaicos coloridos e transparentes. De mais fama foram os jardins suspensos, que ele construiu para satisfazer sua esposa. A vegetação desse jardim crescia em terraços construídos uns acima dos outros, sendo que podiam ser vistos de qualquer ponto da cidade.

FONTE: http://www.historia/

A MAIS BELA

O ano de 1930 foi marcante para o Brasil. Não só pela revolução que, em outubro, derrubou a Primeira República (café com leite) e inaugurou a Era Vargas. Em agosto do mesmo ano, dois meses antes de Getulio Vargas chegar ao poder, acontecia no Rio de Janeiro o concurso de Miss Universo, do qual saiu vencedora a gaúcha Yolanda Pereira. Vejam como o padrão de beleza era bem diferente do atual. No video vai mostrando uma sequência de fotos de concorrentes de vários países, até chegar à nossa Miss Universo. Dê uma olhada nas gatinhas da época !
FONTE: Revista da Biblioteca Nacional,número 32, Maio 2008.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

FASCISMO EM PORTUGAL

Em Portugal, no ano de 1926, um golpe militar depôs a República Parlamentarista. Nesse novo governo que surgia destacou-se a atuação de Antonio de Olivieira Salazar, na época Ministro da Fazenda. Sua política econômica de inspiração fascista aproximou-o da burguesia e das camadas populares conduzindo-o à presidência em 1932. Um ano depois, Salazar consolidava o regime totalitário no país propondo o fechamento dos partidos de oposição, a proibição de greves e de manifestações populares, a prisão e a perseguição daqueles que criticassem o regime.
Somente em 1974 Portugal livrou-se da ditadura salazarista com a Revolução dos Cravos, movimento liderado pelos setores jovens do exército que mobilizou toda sociedade portuguesa

FONTE: Navegando pela História, quinteto editorial


terça-feira, 8 de setembro de 2009

GUERRA PELO PETRÓLEO


O texto é de 2002, mas contém ainda muitas informações válidas para o futuro
“O controle dos recursos naturais voltou ao palco principal da geografia”. A afirmação de Michael Klare, titular da cadeira de Paz e Segurança Mundial no Hampshire College e na Amhrest University, nos Estados Unidos, foi feita em seu livro “Resource Wars: the new landscape of global conflict“. Klare argumenta que guerras como a do Golfo, a operação no Afeganistão e a anunciada intervenção no Iraque, pelo Estados Unidos, situam-se entre as disputas pelo controle de um recurso natural estratégico e fundamental: o petróleo.Na opinião de Klare, uma boa parte das guerras de conquista e posicionamento estarão marcadas pelo controle geo-estratégico de recursos como os energéticos, os sistemas aquíferos, minerais e florestais.
Guerras como a do Yom Kippur (1973), Irã x Iraque (1980-1988) ou a do Golfo (1991) são diretamente relacionadas às disputas pelo petróleo por vários intelectuais. Mas nem todos concordam que a causa fundamental seja o petróleo. Para o geógrafo Nelson Bacic Olic, o petróleo foi um dos elementos da Guerra do Golfo, mas não o único. “Saddam Hussein invadiu o Kwait também porque não reconhece que haja ali uma fronteira. A questão é que as fronteiras que conhecemos hoje no Oriente Médio, assim como as dos países africanos, são fronteiras artificiais, que vêm sendo feitas, por exemplo, pelos europeus desde o período colonial”, diz Olic. Para ele, outra razão importante para essa guerra, e também para a anterior contra o Irã, é a necessidade do Iraque de uma saída mais ampla para o mar. “A única saída do Iraque é pelo estuário comum entre os rios Tigre e Eufrates, chamado Chatt-El-Arab. Uma das razões dessas guerras foi a tentativa do Iraque de ampliar seu espaço para a exportação”, diz o geógrafo, que acredita também que os futuros conflitos no Oriente terão muito menos a ver com petróleo e muito mais com água.
A opinião é de certa forma compartilhada por Saul Suslick, diretor do Cepetro (Centro de Estudos do Petróleo) da Unicamp. Para ele, cada vez mais existe um esforço mundial para uma menor dependência do petróleo. Nos Estados Unidos, ao mesmo tempo que existe a preocupação de diversificar as fontes de energia, há um estoque de petróleo e seus derivados e uma campanha para explorar petróleo em territórios norte americanos não explorados. Suslick argumenta que por esse motivo e pela menor importância que o petróleo assume hoje, se comparado a década de 1970, dificilmente poderá ocorrer um novo choque nos preços do petróleo. “O petróleo ainda ocupa uma agenda de preocupações, mas cada vez mais os conflitos estarão vinculados a outras questões, como a água, por exemplo”, afirma Suslick.
Para Nelson Bacic, o mundo hoje é menos dependente do Oriente Médio também porque existe uma outra área muito promissora para exploração do petróleo: a região que bordeja o Mar Cáspio. “O Azerbaijão é conhecido atualmente como o novo Kwait. Junto com o Cazaquistão e o Turcomenistão possui mais petróleo que o Golfo Pérsico. A fronteira das regiões produtoras de petróleo está se deslocando para a Ásia Central”, diz Bacic.
O Programa Traceca (Transport Corridor Europe, Caucasus, Asia) confirma essa idéia. Lançado numa conferência em Bruxelas em 1993, o programa pretende desenvolver um corredor de transporte, num eixo leste oeste, cruzando o Mar Negro através do Cáucaso e do Mar Cáspio até a Ásia Central. Com assistência técnica e financeira da União Européia e do Banco de Desenvolvimento da Ásia, o sistema de transporte deverá incluir rodovias, ferrovias, portos e oleodutos num trajeto ainda não definido, pela Ucrânia, Bulgária, Moldova, Romênia, Turquia, Georgia, Azerbaijão, Turcomenistão, Uzbequistão, Tadjiquistão e Kirquistão.
Segundo texto do jornalista e historiador José Arbex, para a revista Caros Amigos, o Traceca será um componente fundamental de estruturação da Eurásia no século XXI, como eixo de transporte de petróleo ou corredor de mercadorias. Para Arbex, o traçado da futura rota ajuda a compreender o interesse americano pelo Afeganistão, uma região de acesso entre o extremo asiático, o Oriente Médio e a Europa, e os conflitos entre a Índia e o Paquistão pela região da Caxemira, que pode se tornar um dos pontos de passagem da rota.
Mesmo que esteja ocorrendo esse deslocamento de interesses para a Ásia Central, atualmente o foco de tensão relacionado ao petróleo ainda é o Oriente Médio. De acordo com o Relatório Nacional de Política Energética do Estados Unidos de 2001 (Report of the National Energy Policy), o abastecimento norte-americano depende das reservas do Golfo Pérsico e coloca como prioridade o acesso dos Estados Unidos a essas reservas.
Segundo Michael Klare, o Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos declarou em 1999, que os norte americanos continuariam tendo um interesse vital em assegurar seu acesso aos suprimentos de petróleo no exterior e, neste sentido, deveriam conscientizar-se da necessidade de estabilidade e segurança regionais em áreas chave de produção, a fim de assegurar esse acesso aos recursos e sua livre circulação. Ainda segundo Klare, o presidente Jimmy Carter em 1980 afirmou que qualquer intenção de potências hostis para a interrupção da circulação de petróleo do Golfo Pérsico seria considerado como um ataque aos interesses vitais dos Estados Unidos, que poderia ser reprimido por qualquer meio necessário, incluindo a força militar.
Após o ataque de 11 de setembro ao World Trade Center foi aberto um precedente contra o terror que relaciona-se também com a necessidade “vital” norte-americana pelo petróleo. Não apenas o Afeganistão é um ponto de passagem estratégico, mas o Iraque, atualmente ameaçado pelos norte americanos, detém uma reserva potencial de petróleo que, em tese supera, as atuais reservas da Arábia Saudita principal fornecedora dos Estados Unidos.
De acordo com o estudo “Panorama do Petróleo e Gás 2002″, realizado pela empresa italiana ENI (Ente Nazionale Idrocarburi), o Iraque é o país com maior disponibilidade de reservas, para um total de 130 anos, seguido pelo Kuwait, com reservas para 123 anos, os Emirados Árabes Unidos, para 105 anos, a Arábia Saudita, para 81 anos, e Venezuela, para 67 anos.
De acordo com a Energy Information Administration, o Iraque, antecipando uma eventual suspensão das sanções econômicas impostas pela ONU e pelos EUA desde o final da Guerra do Golfo, assinou acordos com companhias da Rússia, França e China sobre as reservas potenciais de petróleo e gás, que serão efetivados quando as sanções forem suspensas. Segundo Michael Klare, os dissidentes americanos escolhidos por Washington para liderar o novo regime de Bagdá, após eventual queda do ditador iraquiano, ameaçaram cancelar todos os contratos com os países que não auxiliarem na derrubada de Saddam Hussein. O professor de Paz e Segurança Mundial Michael Klare afirma que o controle sobre as reservas potenciais iraquianas será estratégico no século 21. Petróleo, fonte não renovável de energia, continuará sendo na sua história uma fonte constante de guerras.

FONTE: sbpc/labjor

ESCRAVIDÃO NO BRASIL

A presença negra na América começou por volta de 1550. O escravo africano era considerado por muitos como simples mercadoria e a escravidão chegou a ser indispensável para o progresso e prosperidade do país. Quando chegavam aqui (nos navios negreiros), eram exibidos para que os compradores pudessem analisá-los. Evitavam comprar escravos da mesma família ou da mesma tribo (pois não queriam rebeliões).
Os escravos viviam em senzalas, onde ficavam presos quando não estavam trabalhando, e eram responsáveis por todo trabalho braçal realizado nas fazendas. Trabalhavam de sol a sol e não tinham quase tempo para descansar.
A vida útil do escravo adulto não passava de 10 anos (por causa da dureza dos trabalhos e precariedade da alimentação) e seus filhos eram seus substitutos.
Qualquer deslize era motivo para as mais horríveis punições. Para fugir de todos estes sofrimentos, alguns escravos se suicidavam; outros, matavam seus feitores e ainda os que fugiam para os quilombos.
Nos quilombos (geralmente localizados em lugares de difícil acesso), os escravos viviam em liberdade, produziam seus alimentos, fabricavam roupas, móveis e instrumentos de trabalho, cultivavam também as crenças, as tradições e os costumes africanos. O adultério, o roubo e o homicídio eram punidos com a pena de morte.
Alguns escravos que não conseguiam chegar até o quilombo, eram capturados no meio do caminho pelos capitães-do-mato que eram remunerados pelo seu trabalho.
Os quilombos estavam espalhados em todo o território colonial, porém, a falta de registros impede que estudiosos descubram mais detalhes sobre eles. Mesmo assim, ainda encontramos comunidades remanescentes de antigos quilombos no interior do Brasil.
O mais famoso de todos os quilombos, chamava-se Palmares e ficava em Alagoas. Esse quilombo possuía aproximadamente 20 ou 30 mil habitantes. Dentre os seus líderes destacava-se Zumbi. Durante o século XVII, vários governos (portugueses e holandeses) quiseram destruí-lo. Foram várias tentativas em 80 anos de conflito, mas Palmares resistia bravamente e chegou a derrotar cerca de 30 expedições enviadas.
Foi somente em 1695 que Palmares foi destruído por completo, com a colaboração do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho que para cumprir a missão se armou com homens preparados e um vasto material bélico.
Zumbi foi capturado um ano depois da destruição de Palmares e foi executado.
Só a partir da Independência (1822) que as pessoas começaram a ter uma consciência antiescravista. Baseado nos ideais iluministas (o pensamento iluminista considerava o homem como a obra mais importante de Deus), muitos achavam que em uma sociedade livre, não havia espaço para a escravidão. Na mesma época (séc. XIX), cresciam as pressões internacionais pelo fim do tráfico negreiro.
Em 1821, a Assembléia Geral aprovou uma lei pela qual os africanos que entrassem no país a partir daquela data seriam livres, mas isso ficou só no papel.
A Inglaterra aboliu a escravatura em 1833 (embora tenha sido o maior país traficante de escravos até o final do século XVIII) e passou a ser uma grande defensora da abolição.
Após a Revolução Industrial, a busca por mercados consumidores mais amplos começou a se intensificar. Era preciso buscar trabalhadores assalariados e como os escravos não recebiam por seus trabalhos e não podiam comprar, a Inglaterra começou a fazer pressão para o fim da escravidão. O Brasil era, naquela época, o maior comprador de escravos, logo esta pressão caiu sobre o nosso país.
Em 1845, foi aprovado o Bill Aberdeen – uma Lei que autorizava a esquadra britânica a prender os navios negreiros e a julgar seus tripulantes. O Brasil protestou, porém, em 1850 (cedendo às pressões inglesas), a Assembléia Geral aprovou a Lei Eusébio de Queirós, que extinguiria o tráfico negreiro.
A partir de 1860, os manifestos contra a escravidão ficavam cada vez mais intensos, graças à imprensa e a várias campanhas antiescravistas.
Muitos se declararam abolicionistas, como por exemplo, o poeta Castro Alves (Terceira Geração Romântica – Poesia Social), chamado “Poeta dos Escravos”. Ele escreveu as seguintes obras: “Navio Negreiro” e “Vozes d’Africa” e “Os Escravos”.
Em 1865, com a abolição da escravatura nos EUA só restavam dois países com o regime de escravidão: Brasil e Cuba.
A situação se agravou e em 1871 foi assinada a Lei do Ventre Livre declarando que todos os filhos de escravos nascidos a partir daquela data estariam livres.
Em 1885, a Lei dos Sexagenários, declarava libertos todos os escravos acima de 60 anos. Essa Lei foi encarada pelos abolicionistas como uma “brincadeira de mau gosto”, pois a vida útil de um escravo adulto não passava de 10 anos.
No dia 13 de maio de 1888, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea que declarava extinta a escravidão no Brasil. Vários fatores causaram a assinatura desta Lei, dentre eles a rebeldia dos escravos e as campanhas abolicionistas.
Embora não existisse mais escravidão no Brasil, os escravos, agora livres, tinham um grande problema pela frente: foram postos em liberdade sem nenhuma garantia de emprego ou qualquer coisa que garantisse a sua sobrevivência.
Tinham ainda que se preocupar com um fator que até hoje os persegue: o preconceito.
Apesar de todos os sofrimentos, é inegável que o negro contribuiu muito para a nossa cultura, além da diversidade étnica, a cada dia que passa comprovamos a presença negra em vários setores: na culinária (feijoada, vatapá, acarajé), na religião (umbanda e candomblé), na música, no vestuário, etc.
FONTE : Hitória do Brasil/Boris Fausto. 2003. edusp

domingo, 6 de setembro de 2009

LINHA DE PRODUÇÃO HUMANA

O sistema Capitalista diante da necessidade de um processo mais eficiente para aumentar a produtividade e lucros (dos patrões), eliminou qualquer habilidade do ser humano fazendo dele especialista apenas em uma tarefa específica, sendo uma parte extensora de uma máquina completamente alheio da realidade que o cerca. Assim então o poder se espalhou em formas de "disciplina " do corpo e do comportamento que molda o ser humano de acordo com o rítmo do sistema produtivo. Com o tempo, esse rítmo foi instalado no mais profundo do individuo, transformando-o numa máquina eficiente de produção, gerando problemas patológicos terríveis que foi muito bem expressado nesse video-clip do Chemical Brothers, onde o protagonista sofre de uma certa Esquizofrenia, por onde ele passa existe sempre uma máquina atrás dele.


sexta-feira, 4 de setembro de 2009

DISCURSO DE HITLER


Vejam esse discurso que Hitler faz para 200mil crianças da juventude Hitlerista em 1934, bem antes de começar a Segunda Guerra Mundial, ele incentiva às crianças a se engajar na luta por uma nação melhor, e para que juntos transformassem a Alemanha no melhor país do mundo. É pura lavagem cerebral! Assista agora um trecho do filme, "Triunfo da Vontade" dirigido pela Leni Riefenstahi que foi feito para enaltecer o regime através de imagens muito bem escolhidas do cotidiano Nazista.


COM OS PÉS NA COLÔMBIA E OS OLHOS NO BRASIL

EUA: com os pés na Colômbia e os olhos no Brasil

Os EUA querem manter um papel protagonista no mundo e, para tanto, tentam expulsar a China da África e impedir uma aliança entre Rússia e Europa Ocidental. Essas duas grandes estratégias estão fracassando, daí a necessidade de garantir que a América Latina seja sua zona de influência exclusiva. A presença militar na Colômbia é um passo nesta direção, mas o verdadeiro alvo de Washington na região é o Brasil, país com maior poder relativo da região. A análise é dos cientistas políticos argentinos Marcelo Gullo e Carlos Alberto Pereyra Mele.

Agencia Periodística del Mercosur

Data: 30/08/2009
Nos centros de planejamento do traçado estratégico dos Estados Unidos sabe-se que passou o tempo da potência única e global. Para enfrentar a União Européia, China e Rússia, Washington quer assegurar o controle da América Latina. Para isso precisa “acabar” com o Brasil. As possibilidades de resistência na região, o papel da Unasul e outras iniciativas de integração – esses pontos foram de uma entrevista exclusiva à Agencia Periodística del Mercosul, concedida pelos cientistas políticos especialistas e geopolítica, Marcelo Gullo (autor dos livros “Argentina-Brasil: a grande oportunidade” e “A insubordinação fundadora. Breve história da construção do poder das nações”) e Carlos Alberto Pereyra Mele, do Centro de Estudos Estratégicos Sulamericanos.

Para Gullo, o interesse geopolítico dos Estados Unidos consiste em atrasar o processo de passagem da condição de potência global para a de uma potência regional. A crise que atingiu o país, acrescenta, não é conjuntural, mas sim estrutural, porque, pela primeira vez desde 1970, ocorreu uma dissociação entre os interesses da alta burguesia norte-americana e os do Estado. A partir da década de 80, as indústrias estadunidenses, buscando pagar salários mais baixos, foram para a Ásia para produzir para o mercado interno norte-americano, alimentando assim um processo de desindustrialização dentro do próprio território. “Isso gerou um enorme processo de desemprego. Esse seria o eixo conceitual da crise financeira global, deixando os EUA desindustrializado, sem empregos suficientes e com 40 milhões de pobres”, diz Gullo.
E acrescenta: “Os EUA querem manter um papel protagonista e, para tanto, tentam expulsar a China da África e impedir a aliança entre Rússia e Europa Ocidental. Essas duas grandes estratégias estão fracassando, daí a necessidade de colocar um pé na Colômbia, um passo para que a América Latina seja sua zona de influência exclusiva”.
Os EUA, lembra, só produzem 15% da energia que consome e a América Latina provê 25% de suas necessidades em matéria de recursos. Pereyra Mele assinala que “a Colômbia é um país bioceânico, é vizinho do país (Venezuela) que vende 15% do petróleo consumido pelos EUA e também do Equador, outro país petroleiro. Desde as bases navais de Málaga e Cartagena de Índias, Washington tem rápido acesso ao maior ponto de comunicação comercial do mundo, o canal do Panamá”. Na mesma direção, Gullo observa que a importância geopolítica da Colômbia para os EUA se expressa tanto no plano tático como no estratégico.
Do ponto de vista tático, ele assinala: “o complexo militar necessita criar focos bélicos para justificar a produção e renovação de material bélico. Sem tal esquema, esse aparato não tem como justificar sua existência”. E do ponto de vista estratégico, “o objetivo é conseguir a capitulação do poder nacional brasileiro; para isso, procura traçar um cerco em volta do Brasil, começando na Colômbia e com a idéia de continuar pela Bolívia e pelo Paraguai”.
Nesse marco, a América Latina é obrigar a reforçar seus acordos regionais, como Unasul, Comunidade Andina de Nações e Mercosul, para evitar fraturas e controlar as turbulências domésticas (como o golpe de Estado em Honduras), que possibilitem a expansão das forças armadas dos EUA na região. Para Pereyra Mele, “a solução ao problema colocado pela ofensiva estadunidense sobre a América do Sul passa pela defesa irrestrita das áreas por onde fluem e se conectam os três sistemas hidrográficos mais importantes: o Orinoco, a Amazônia e o Prata”.
“Para isso devem ser desenvolvidas políticas internacionais coerentes, levando em conta as limitações colocadas pela potência hegemônica. É muito importante aprofundar o Mercosul, aumentar a presença da Unasul e dos organismos de defesa regionais. É necessária a criação de um complexo industrial militar argentino-brasileiro para melhorar nossa capacidade de defesa, sem dependência externa, incorporando outros países”, conclui Pereyra Mele.
Para Marcelo Gullo, a América a conforma uma comunidade cultural única. “Lamentavelmente, do ponto de vista político, a região está dividida em duas. De um lado México, América Central e o Caribe, zona de influência exclusiva dos EUA, e de outro a América do Sul”.
A respeito dessa última reflexão, talvez pudesse se acrescentar que o ódio sistemático dos poderes estadunidenses à Revolução Cubana pode ser explicado pelo fato de esta ter sido a única experiência concreta de freio à hegemonia de Washington sobre as regiões Norte, Central e Caribenha da América Latina. Diante disso, conclui Gullo, “a responsabilidade principal é do Brasil, por ser o país com maior poder relativo da região. O problema é que a classe dirigente brasileira não compreende adequadamente que, para resistir à agressão dos EUA, precisa de sócios fortes e não fracos. Devem compreender que o importante não é sua industrialização isolada, mas sim a industrialização de toda a América do Sul”.
As mudanças de política militares que Barack Obama prometeu em sua campanha presidencial até agora não apareceram. A menos que alguém queira que o caráter identitário passa exclusivamente pela pigmentação da pele, nem que sequer podemos dizer que um afroamericano chegou à presidência. Para além do discurso, Obama solicitou ao Congresso dos EUA a aprovação de 83,4 bilhões de dólares em fundos extras para financiar as aventuras bélicas no Iraque e no Afeganistão, avança com a instalação de novas bases militares na Colômbia e manteve uma posição mais do que ambígua em relação ao golpe de Estado em Honduras.
O orçamento do Pentágono é 50 vezes superior ao total de gastos militares do conjunto de países do sistema internacional. Além disso, realiza os maiores investimentos, em nível mundial, em pesquisas militares e espaciais. Essa disponibilidade de recursos permite aos EUA agir de forma simultânea com ingerências bélicas em diferentes áreas do planeta.

Tradução: Katarina Peixoto


KIRIKU E A FEITICEIRA

Kiriku é um menino que já falava quando estava na barriga da mãe. Na verdade, foi ele quem escolheu seu próprio nome logo que nasceu. Ele está destinado a libertar uma aldeia africana de uma bruxa chamada Karaba, que secou as fontes de água e sequestra os homens do local. Kiriku vai até o sábio da montanha, conhecedor do segredo de Karaba, e em seguida parte para enfrentar a feiticeira.
Essa história faz parte da cultura popular africana e fala da determinação na luta pela liberdade. Kiriku nasce para ser livre, tanto quando ainda está na barriga da mãe ele diz:" Mãe de a luz a mim !" Segundo o diretor, Michel Ocelto, foi também uma grande oportunidade mostrar para o povo africano alguns de seus valores. O roteiro foge do óbvio, ao contrário do que acontece em outras produções do gênero. E conta ainda com uma ótima trilha sonora e personagens cativantes.

DIREÇÃO: Michel Ocelto

SURPLUS (SUPÉRFLUO)

Baseado nas ideias do polêmico filosófo John Zerzan, que legitima a "PROPERTY DAMAGE", ou atos de vandalismo contra grandes empresas multinacionais. Surplus traz uma problematização ampla das consequências e da fúria despertada pelo modelo de globalização inerte aos paradoxos sociais. Processo esse que se baseia numa intensa descarga de informações sobre o individuo, conduzindo-o a um aterrorizador processo de afirmação própria através do consumo.
Surplus que significa "supérfluo", é uma viagem pela destrutiva cultura do consumismo na era da globalização. O filme tem como ponto de partida o espanto do mundo diante da onda de protestos como os registrados em Gênova (Itália), em 2001, quando jovens saíram às ruas destruindo shoppings, carros e bancos. E investiga o porquê do estilo de vida consumista estar atiçando a ira de populações em várias partes do planeta.

DIREÇÃO: Eric Gandini


quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O LABIRINTO DO FAUNO

Fazendo um paralelo entre a cruel realidade de uma guerra civil (espanhola), e o mundo imaginário de uma criança, Ofelia, de 10 anos, que muda para região norte de Navarra com sua mãe, Carmen, que acaba de se casar com um oficial fascista, que luta para eliminar as resistências locais. Solitária, a menina logo descobre, em seus passeios no jardim da imensa mansão em que moram, um labirinto que faz com que todo um mundo de fantasias se abra, trazendo consequências para todos à sua volta.
Extremamente lírico, o filme conta uma história fantasiosa que se apresenta como fuga dos horrores de uma guerra. A menina acredita em fadas e tem uma imaginação fértil. O filme sempre deixa a porta aberta para a possibilidade de tudo aquilo ser fruto de sua imaginação e de seus medos. Quando acha que foi encontrada por uma fada, vai ao encontro de um Fauno que lhe diz que ela pode ser filha de um rei do mundo interior (vejam o duplo sentido) e que precisa passar por três provas antes da lua cheia.

DIREÇÃO: Guillermo Del Toro


quarta-feira, 2 de setembro de 2009

NOTÍCIAS DE UMA GUERRA PARTICULAR

Eleito um dos melhores documentários brasileiros contemporâneos, vencedor da competição nacional do festival "É tudo Verdade". Notícias de uma guerra particular é um amplo e contundente retrato da violência no Rio de Janeiro. Flagrando o cotidiano das favelas dominadas pelo tráfico de drogas , são entrevistados todos os envolvidos no conflito entre traficantes e policiais, incluindo moradores que vivem no meio do fogo cruzado e especialistas em segurança pública. A realidade da violência é apresentada sem meio-tons e da forma mais abrangente possível, tornando patente o absurdo de uma guerra sem fim e sem vencedores possíveis.

DIREÇÃO: Kátia Lund e João Moreira Salles.