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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Pato Donald na Segunda Guerra Mundial

Angariando grande popularidade graças a comicidade dos desenhos animados, os Estúdios Disney  foram obrigados a mudar de estilo com a entrada dos Estados Unidos na II Guerra Mundial em 1942. A produção de desenhos passou a integrar o esforço de guerra estadunidense, abordando a guerra como tema. Em 1942, foi feito um desenho de propaganda anti-nazista, chamado de "A Face do Füher". Esse desenho mostra Donald vivendo na Alemanha Nazista, onde ele é forçado a trabalhar em uma fábrica de produção em série de armamento bélico pesado e de fotografias produzidas em série do Führer Adolf Hitler.

No entanto, o desenho mostra ainda uma certa ingenuidade dos seus produtores, com alguns furos como a crítica à produção em série, algo comum nos Estados Unidos desde a decada de 30. Em outro desenho, "O Espírito de 1943", o Pato Donald é convencido a contribuir com parte do seu salário, para os altos impostos de guerra. Nesse desenho ele contracena com sua consciência dividida, gastadora e econômica, cujas aparências personificadas lembram os futuros Tio Patinhas e Gastão.
O Pato Donald não foi o único personagem de desenhos infantis a se mostrar contra o Nazismo. Personagens como Popeye, Patolino, Mickey, O Gato Félix e tantos outros deixaram de lado as piadas do cotidiano, e passaram a mostrar conteúdo violento, usando armas e jogando bombas de avião, dentre outras coisas.

sábado, 31 de março de 2012

Os Deuses devem estar loucos

Uma avioneta sobrevoando o habitat de uma tribo, de onde um dos seus tripulantes lança uma vulgar garrafa de Coca-Cola… é assim que o filme inicia. De início a garrafa faz as delícias aos elementos da tribo. Passado algum tempo, esta simples e inofensiva garrafa começa a ser disputada, começa a trazer problemas, de tal forma que o chefe da tribo decide entregá-la aos deuses.

Durante a viagem do chefe este enfrenta encontros com novas e inesperadas situações, que este procura entender à sua maneira. Rimos muito desta personagem, tão radicalmente diferente de nós a vários níveis: no seu aspecto físico, na linguagem que utiliza, no modo como vê o mundo que o rodeia, nas suas convicções, atitudes e comportamentos.

Esquecemos assim, por alguns momentos, de que nós próprios temos, também, dificuldades em compreender realmente os outros, ou seja, aqueles que não partilham a nossa maneira de estar, que não têm a mesma visão do mundo, nem semelhantes expectativas e aspirações. Afinal, também nós olhamos o mundo tomando como ponto de referência a nossa própria cultura; atribuímos os mesmos significados aos fenómenos significativos que nos são familiares; formulamos, a respeito dos outros, intenções e objetivos; projetamos fantasias que só fazem parte da nossa imaginação.

Mas, afinal, isto conduz também a uma outra questão que tem a ver com a forma como encaramos as situações novas e os inevitáveis efeitos que estas provocam em nós e nos outros. A garrafa de Coca-Cola é a este título sugestiva, pois representa um elemento novo, introduzido artificialmente na vida de um grupo, que vai implicar alterações na vida social e suscitar as mais diversas reações.

Porém, se refletirmos um pouco, não é isto que fazemos, muitos de nós, na nossa cultura quando somos confrontados com situações de mudança e procuramos a todo o custo ignorá-las, permanecendo tal como somos, numa tentativa desesperada de evitar esses imperativos de mudança? Não temos, também nós, dificuldades em lidar com essas mudanças, cada vez mais frequentes e imprevistas, que a cada passo se sucedem na sociedade? Não manifestaremos semelhantes atitudes de rejeição face a elementos que, de alguma forma, podem abalar as nossas crenças, as nossas certezas e alterar o rumo das nossas vidas?

A Revolução dos Bichos

Os animais ao se sentirem massacrados e esfoliados pelo ser humano aqui chamado Sr. Jones dono da Granja do Solar, resolveram fazer uma revolução baseada nas teorias de um porco chamado Major.
Expulsaram assim os humanos da granja e criaram uma sociedade igualitária. De início tudo transcorria muito bem, foram criado sete mandamentos que distinguia o animal do homem. Seu principal lema: "Todos os animais são iguais”.

Mas eis que dois dos porcos descobrem que o poder é bom e pode lhes trazer benefícios pessoais. Ironicamente o nome desses dois porcos é, Napoleão e Bola de Neve.  Então tudo muda, começa um processo igual a todo e qualquer regime que a principio transformam em ferrenhas Ditaduras. Napoleão começa a ditar normas, o leite tirado das vacas quem poderia tomar era somente dos porcos, as maças também era só dos porcos.

Como se só os lideres precisassem estar bem alimentados. (Os trabalhadores não precisam se alimentar, pois se estivessem de barriga cheia não precisarão mais de alguém que lhes diga o que fazer, e não serão mais manipulados com facilidade, com a barriga cheia começarão a pensar e exigir seus direitos, e, não é isso que os lideres querem não é mesmo?).
Acontece uma batalha entre humanos e animais pela disputa da granja na qual os animais venceram com algumas baixas, mais no final ela fora ótima e até batizada com o nome de “batalha do estábulo”, e, todo ano no aniversário da batalha se faria uma comemoração. (já conhecemos essa história não é mesmo).  Havia uma disputa muito grande entre Napoleão e Bola de Neve, cada um tinha seus propósitos seguidores.

Mas Napoleão foi mais astuto e expulsou Bola de Neve da granja, este de herói passou a ser chamado de traidor e bandido, e como o ser humano, os animais também tinham memória curta, logo se esqueceram da verdadeira história e passaram a aceitar a que lhes era imposto. Claro com exceções de alguns poucos. Napoleão então tomou o lugar do Major.

Acompanhado pelos cachorros como seus guarda costa, que ele mesmo adestrará quando os tomaram ainda filhotes de suas mães. Anunciou que daquele dia em diante ele estava no comando, não mais haveria reunião para decidir sobre o futuro da granja, ele e uma comissão de porcos se reuniriam em particular e depois comunicariam suas decisões aos demais.
Os animais continuaram a se reunir aos domingos mas era apenas para saudar a bandeira e cantar o hino “Bichos da Inglaterra” e Receber as Ordens da semana. Não haveria mais debates. Estariam eles vivendo a “ditadura” onde ordens são impostas sem direito a protesto, apenas com direito a obediência e se alguém se revolta, como aconteceu com as galinhas quando lhes fora exigido que mais ovos deveriam ser entregues para os porcos, então esses eram eliminados e ou banidos da granja. Apesar do mandamento: nenhum animal matará outro animal.
Logo os porcos passaram a morar na casa grande, apesar da revolução contra qualquer animal morar em casa, mas, o porquinho Garganta que era o porta voz de Napoleão (como se fosse a imprensa), explicou aos animais que era necessário que os porcos sendo os cérebros da granja tivessem um lugar calmo onde trabalhar. Alem disso era mais adequada para um “líder”.
Os sete mandamentos começam a ser adulterados no calor da noite, Garganta que era muito persuasivo, conseguia calar e deixar os bichos na dúvida quanto os mandamentos alterados. A fome toma conta dos bichos, apenas os porcos ganham alguns quilos, pois para eles nunca faltava comida. E ainda tinham o leite e as maças que somente eles podiam comer.
Os animais eram divididos em classes, a classes das galinhas, classe dos cachorros, classes das ovelhas, classes dos cavalos e assim por diante, e cada uma delas recebia sua parte de ração, dependendo de sua classe. Nova batalha fora necessária para defender a granja dos humanos. Esta porém fora mais difícil que a outra, houve muitas baixas e muitos animais além da perda do Moinho de Vento, mesmo assim os animais venceram.
O camarada Napoleão conferira a si próprio a comenda da “Ordem da Bandeira Verde”. A vida se tornara mais dura e novamente a comida teve de ser reajustada como dizia Garganta ao invés de reduzida (assim fazem com nosso salário), mas em comparação ao tempo de Jones, ainda melhor, isso lhes era incutido, e como suas memórias não eram das melhores eles acreditavam. Nasceram vários porquinhos, todos da linhagem de Napoleão, já que este era o cachaço da granja.

Napoleão decidiu então que seria construída uma escola no quintal para os leitões, e estes eram aconselhados a não brincarem com os filhotes dos outros animais. (Instrução somente para a elite). Estabeleceu-se que quando um porco e outro animal se encontrassem numa trilha, o outro animal cederia a passagem.(Onde foi parar a igualdade?, e a liberdade se os animais quando não estavam dormindo, estavam trabalhando para o bem dos porcos!).
Isso acontece até hoje na sociedade que se diz Democrata, a massa trabalha para o bem estar dos poderosos, a elite. Há os que gostam de servir sem se incomodar de serem usados, como as ovelhas que quando alguém está insatisfeito e reclamavam elas logo cantavam “quatro pernas bom, duas pernas ruim”. Há os que se vendem por um pouco de atenção e um punhado de ração. Apesar do frio e da fome, no fundo todos estavam felizes por serem livres, não terem “patrão”. Coitados! Não conseguiam perceber que nada mudara, que seu “patrão” era Napoleão.
Chegou o dia que a granja dos Bichos fora Proclamada República e a necessidade de se eleger um Presidente. Como só houve um candidato “Napoleão”, este fora eleito por unanimidade. Os anos se passaram, muitos morreram de velhos e ou doentes, e muitos outros nasceram, mais nada mudou. A fome e o frio continuavam, mas a esperança nunca deixou de os acompanhar, em seus pensamentos. Se eles passavam fome não era por alimentar seres humanos tiranos, e se trabalhavam tanto era pro seu próprio benefício. (Pobres coitados como eram ingênuos, não conseguiam enxergar a realidade, que trabalhavam em benefício dos porcos).

Os poderosos subvertem os mandamentos iniciais em seu próprio benefício, alteram hinos de louvor patriótico em seu próprio louvor. Passam a negociar com os humanos e a trazê-los para dentro da granja. No início seus arquiinimigos. A maioria já nem se lembra do que pregava a Revolução Original, pois a história é sempre recontada de acordo com o interesse de quem está no poder, até que a situação se torna muito pior do que era antes

sexta-feira, 30 de março de 2012

Propaganda de Shampool com Hitler

Adolf Hitler nunca foi famoso pelo cabelo, mas uma marca de shampoo turca chamada Biomen teve a grande ideia de usar o ditador nazista como garoto propaganda em um comercial para anunciar um shampoo masculino. A peça traz cenas antigas de Hitler fazendo um de seus inflamados discursos com uma dublagem que diz: “Se você não veste roupas de mulher, também não deveria usar shampoo de mulher. Aqui está. Um verdadeiro shampoo para homens. Biomen. Homens reais usam Biomen”.

O anúncio circula pela internet, seguido de críticas. Uma delas, no YouTube, diz: “Que vergonha para esta marca. Há tantas maneiras boas de se atingir comunicação viral. Usar Hitler desta forma é banalizar um dos piores episódios e homens da história do mundo”.

Organizações judaicas também se manifestaram. Abraham H. Foxman, diretor nacional da Liga Anti-Difamação, nos EUA, afirmou que “Hitler foi responsável pelo assassinato em massa de seis milhões de judeus e milhões de outros no Holocausto. Usar isso para vender shampoo é uma estratégia de marketing repulsiva e deplorável. É um insulto à memória daqueles que pereceram no Holocausto, daqueles que sobreviveram, e daqueles que lutaram para derrotar os nazistas”. Informações do Huffington Post [26/3/12].

segunda-feira, 26 de março de 2012

A ascensão de Luís XIV

O Absolutismo - A Ascensão de Luís XIV, é uma superprodução histórica do mestre Roberto Rossellini sobre os primeiros anos do reinado do "Rei Sol", Luís XIV (1643-1715), o maior monarca absolutista da França.

Conceito de História


História é uma ciência humana que estuda o desenvolvimento dos seres humanos no tempo. A História analisa os processos históricos, personagens e fatos para poder compreender um determinado período histórico, cultura ou civilização.

Objetivos
Um dos principais objetivos da História é resgatar os aspectos culturais de um determinado povo ou região para o entendimento do processo de desenvolvimento. Entender o passado também é importante para a compreensão do presente.
O estudo da História foi dividido em dois períodos: a Pré-História (antes do surgimento da escrita) e a História (após o surgimento da escrita, por volta de 4.000 a.C).

Para analisar a Pré-História, os historiadores e arqueólogos analisam fontes materiais (ossos, ferramentas, vasos de cerâmica, objetos de pedra e fósseis) e artísticas (arte rupestre, esculturas, adornos).

Já o estudo da História conta com um conjunto maior de fontes para serem analisadas pelo historiador. Estas podem ser: livros, roupas, imagens, objetos materiais, registros orais, documentos, moedas, jornais, gravações, etc.

Ciências auxiliares da História 
A História conta com ciências que auxiliam seu estudo. Entre estas ciências auxiliares, podemos citar: Antropologia (estuda o fator humano e suas relações), Paleontologia (estudo dos fósseis), Heráldica (estudo de brasões e emblemas), Numismática (estudo das moedas e medalhas), Psicologia (estudo do comportamento humano), Arqueologia (estudo da cultura material de povos antigos), Paleografia (estudo das escritas antigas) entre outras.

Periodização da História

Para facilitar o estudo da História ela foi dividida em períodos:
- Pré-História: antes do surgimento da escrita, ou seja, até 4.000 a.C.
- Idade Antiga (Antiguidade): de 4.000 a.C até 476 (invasão do Império Romano)
- Idade Média (História Medieval): de 476 a 1453 (conquista de Constantinopla pelos turcos otomanos).
- Idade Moderna: de 1453 a 1789 (Revolução Francesa).
- Idade Contemporânea: de 1789 até os dias de hoje.

Outras informações:

- O grego Heródoto, que viveu no século V a.C é considerado o “pai da História” e primeiro historiador, pois foi o pioneiro na investigação do passado para obter o conhecido histórico.

- A historiografia é o estudo do registro da História.
- O historiador é o profissional, com bacharelado em curso de História, que atua no estudo desta ciência, analisando e produzindo conhecimentos históricos.

www.suapesquisa.com/historia/conceito_historia.htm 

quinta-feira, 22 de março de 2012

Rússia, condenada ao autoritarismo?

O governo centralizador do presidente Vladimir Putin reacendeu o debate sobre o espaço da democracia diante de uma tradição de regimes de força que marca a história política do país. A chegada ao poder de Putin com um modelo centralizador e autoritário de governo trouxe de novo à baila o tema do autoritarismo na Rússia. Estaria esse país condenado a não conseguir uma democracia plena e seguir sempre regimes de força?

Os defensores de tal visão apontam para a experiência histórica do país. O czarismo, até o início do século XX, era uma autocracia absoluta. Partidos políticos, uma Constituição e um parlamento (Duma) só foram legalizados, a contragosto, durante a chamada Revolução de 1905. Desde então, até 1917, a Rússia teoricamente passara a ser uma monarquia constitucional.

Mas, na prática, o regime era autoritário, pois o czar podia dissolver a Duma a qualquer momento, havia censura à imprensa etc. Após 1917, o comunismo soviético também foi um regime autoritário (totalitário, segundo alguns). Assim, antes da abertura de Gorbachev o único período em sua história em que a Rússia foi um país democrático foi entre as revoluções de fevereiro (democrático-burguesa) e de outubro (socialista) de 1917. Neste período o czarismo caíra, todos os partidos tinham liberdade de ação e a imprensa era livre.

Mas os críticos afirmam que esta foi a liberdade provinda da anarquia, já que o período foi caótico, com governos provisórios e duplo poder. Os anos 90, sob Yeltsin, deram esperança de que a Rússia pudesse seguir o caminho de uma verdadeira democracia pluralista. Apesar da crise econômica e o seriíssimo episódio autoritário do canhoneio do parlamento em 1993, de maneira geral a imprensa era livre e os partidos atuavam livremente. A chegada de Putin ao poder, com seu regime centralizador e algo autoritário, fez os críticos retomarem o velho tema: “Viu? a democracia não consegue fincar raízes sólidas na Rússia”.
Como avaliar esse legado? Haverá mesmo esse determinismo pairando sobre o povo de Dostoievski?
Sem negar o peso dos legados culturais, é importante notar que a história demonstra não haver fardos tradicionais que a modernidade (ou pós-modernidade) não consiga, para o bem ou para o mal, romper. Povos que se diziam condenados havia séculos ao imobilismo “de repente” mostram um dinamismo impressionante (veja-se o caso da China atual).

A Rússia já demonstrou seu potencial para transformações radicais, com rupturas profundas com o passado, como no caso da revolução soviética em 1917. A própria perestroika de Gorbachev rompeu o estereótipo do totalitarismo soviético como um regime fechado e impermeável a mudanças de dentro. Assim, os russos saberão encontrar seu próprio caminho. Não será por um aprisionamento do passado que a democracia não será possível no pais. Se há algo que a historia ensina é que o passado não aprisiona o futuro.

Escrito por: Angelo Segrillo é professor de história contemporânea da Ásia na USP. Especialista em Rússia e Eurásia, é autor de O declínio da URSS: um estudo das causas (Record, 2000) e de O fim da URSS e a nova Rússia (Vozes, 2000), entre outros livros.