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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Assim nasceu a bruxaria


Para pregar o bem, cristãos convenciam seu rebanho da existência do mal: o demônio estava solto e a mulher era perigosa

Carlos Roberto Figueiredo Nogueira

O cristianismo surgiu com a proposta de ser uma religião universal, mas o mundo tinha particularidades, sobretudo religiosas. Para levar a Boa-Nova a todos os homens, os cristãos precisavam se impor sobre seus oponentes.
Assim foi construída a Igreja, primeiro apartando-se do judaísmo, o mais incômodo adversário pela inquietante proximidade. Eliminados os judeus – “assassinos de Cristo” –, os heterodoxos foram os seguintes a ser calados ou perseguidos.
Ao longo do período medieval, a Igreja era atormentada pelas seitas de “adoradores do diabo”, e por isso as perseguiu. Com rigor cada vez maior, chegou à caça às bruxas da Europa moderna: a combinação trágica e eficaz entre a alteridade e a erudição.
A construção de uma mitologia satânica implicou um monumental esforço de reconhecimento do demônio, de suas formas e possibilidades de atuação. Também era preciso identificar seus agentes, ou seja, aqueles que, embora inseridos no rebanho dos fiéis, tramavam secretamente para a sua perdição. Entre estes estava a mulher.
Teólogos e eruditos medievais a converteram em bruxa, o suprassumo da traição e da maldade, o veículo preferencial de toda a malignidade de Satã – enfim, o feminino em toda a sua tragicidade.A doutrina cristã apresentava como razão para a submissão feminina a própria Criação: se o homem não foi criado pela mulher, ela estava numa posição automaticamente submissa.
E ela também era a introdutora do pecado responsável pela condenação dos homens aos tormentos deste e do outro mundo, tornando-se a vítima e, ao mesmo tempo, a parceira consciente do diabo. De presa preferencial do demônio, Eva – a primeira mulher – foi convertida em seu lugar-tenente.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Gazeta oitocentista


Da economia à literatura, do anúncio da fuga de escravos ao da venda de vestidos da moda, muitas são as possibilidades de pesquisa nos jornais oitocentistas.

Os jornais são uma fonte inesgotável para os historiadores. Nas páginas dos antigos periódicos foram registrados diversos aspectos da vida política, econômica, social e cultural do país. Quanto a isso basta citar o clássico livro de Gilberto Freyre, cujo título quilométrico é bastante elucidativo a respeito das potencialidades dos acervos jornalísticos: O Escravo nos anúncios de jornais brasileiros do século XIX: tentativa de interpretação antropológica, através de anúncios de jornais, de característicos de personalidade e de deformações de corpo de negros ou mestiços, fugidos ou expostos à venda, como escravos, no Brasil do século passado.


No Brasil, a criação desse meio de comunicação data de 1808, quando a transferência da Corte portuguesa pôs fim à proibição colonial em relação à imprensa. Nesse mesmo ano, passou a circular em nosso território o Correio Braziliense, impresso em Londres, e a Gazeta do Rio de Janeiro. Reproduções das páginas pioneiras do Correio estão no site da Brasiliana da USP. Já a Biblioteca Nacional disponibiliza vários volumes da Gazeta em seu site, que também abriga coleções de outros jornais antigos, como o Idade d’Ouro do Brasil (1811-1818), da Bahia, ou O Conciliador (1821-1823), do Maranhão.


Mais de 50 mil páginas de periódicos mineiros do século XIX também podem ser acessadas através do Arquivo Público Mineiro, que oferece aos pesquisadores uma base com 267 títulos, como O Universal, jornal liberal que circulou durante vinte anos, um marco para a época. Ainda em Minas, a Universidade Federal de São João del-Rei e a Biblioteca Municipal Baptista Caetano d´Almeida constituíram um importante acervo jornalístico online, assim como a Coleção Linhares, pertencente ao site da Universidade Federal de Minas Gerais.


Nela, estão reunidos os primeiros exemplares de periódicos que circularam em Belo Horizonte.Nas consultas pela rede, é possível cruzar os oceanos e também pesquisar os acervos jornalísticos de Portugal, onde as primeiras gazetas foram publicadas no século XVII. São duzentos anos a mais de material para os historiadores em sites como o Observatório da Imprensa e a Hemeroteca Digital.

Autor: Renato Venâncio professor da Universidade Federal de Ouro Preto



Os sons da história


A música é uma importante fonte documental para se conhecer a História do Brasil

Quase todo mundo sabe que na internet é possível ter acesso a uma quantidade incrível de músicas. Poucos, porém, se dão conta de que esses acervos também podem ser úteis à pesquisa e ao ensino de História. Em parte, isso é possível graças aos sites especializados na transcrição de letras de música ou mesmo em etnomusicologia.

A WebLetras representa o primeiro caso. Esse site reúne um milhão de letras de canções e disponibiliza uma ferramenta de busca que permite a procura por palavra ou trecho das composições. Imaginem um professor enfrentando as dificuldades de ensinar aos alunos a história das camadas populares brasileiras. Uma alternativa é discutir, em sala de aula, músicas que trataram do cotidiano e das agruras dos trabalhadores. No referido site, a busca pela palavra “operário” revela centenas de letras musicais. O mesmo é constatado no site Letras.Terra, com a vantagem de o texto vir quase sempre acompanhado por vídeos.


A discussão dos conteúdos das letras, somados ao prazer em ouvi-las é algo estimulante, tanto na pesquisa quanto no ensino de História. A exploração desses acervos pode ser feita de outras maneiras. O pesquisador pode constituir seu próprio banco de dados, reunindo letras de músicas por autor, que abordaram temas relativos às camadas populares. O site Letras.Com, por exemplo, disponibiliza 108 letras de Adoniram Barbosa e 485 de Chico Buarque.


Nesse caso, a pesquisa pode se dedicar às condições de vida dos trabalhadores, como é o caso da moradia. Em relação a esse tema, o portal do Instituto Moreira Salles possui acervos preciosos, como os dos pesquisadores José Ramos Tinhorão e Humberto Franceschi, facultando a audição de milhares de músicas, muitas delas com o título “favela”.


No campo da etnomusicologia, a principal preocupação diz respeito à contextualização do registro sonoro. Para os professores, esse tipo de enfoque é muito útil. Todos aqueles que enfrentaram o desafio de discutir “História da África” com os alunos conhecem a dificuldades em se encontrar bons exemplos sobre a diversidade cultural desse continente. Ora, um meio de superar isso é recorrendo aos arquivos sonoros e visuais do site World Music Collection, da Wesleyan University. Através dessa coleção, é possível conhecer tradições musicais de várias regiões africanas.


A consulta aos verbetes de alguns dos instrumentos, como é o caso do Axatse ou do Jembe, também permite que se compreenda a origem de certas tradições musicais brasileiras, Ainda no campo da etnomusicologia, é importante saudar a iniciativa da Fundação Nacional do Índio (Funai), que, em seu portal, na página intitulada “Índios do Brasil”, disponibiliza “Sons Indígenas” de povos tupi e macro-jê. Enfim, os arquivos musicais são poderosos aliados dos professores de História.

Autor: Renato Venâncio professor da Universidade Federal de Ouro Preto