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sábado, 22 de agosto de 2009

IMPERIALISMO:A COMPETIÇÃO ENTRE AS NAÇÕES INDUSTRIAIS


Na segunda metade do século 19 ocorreu a expansão industrial na Europa, especialmente na Inglaterra, na Alemanha e na França. Esse processo foi estimulado pelo desenvolvimento tecnológico do período, visível na descoberta e na utilização da eletricidade e do petróleo como fontes de energia e na criação de matérias-primas e tecidos sintéticos produzidos nas indústrias químicas. Ao mesmo tempo, foram feitos investimentos estatais e privados no setor de transportes, como construção de estradas de ferro, aberturas de portos e canais e, consequentemente, construções de navios a vapor mais rápidos e seguros para facilitar o escoamento da produção e baratear os custos.
Com isso houve a nessecidade de haver regras para extração de matérias-primas, que começou a partir de 1876, quando Leopoldo II, rei da Bélgica,transformou a região africana do Congo em seu domínio pessoal iniciou " a exploração desvairada da região sem nenhuma preocupação com a população local", segundo afirma a Historiadora Laima Mesgravis.
Leopoldo II justificava o controle sobre a região africana com maciça propaganda em que a ação belga era valorizada por ser considerada necessária ao desenvolvimento cultural, econômico e social dos congoleses.
Para facilitar a dominação, uma das estratégias mais utilizadas pelos países imperialistas na África era a de se aproveitar da diversidade cultural da nações africanas e acentuar as rivalidades preexistentes entre elas; ao guerrearem entre , as próprias aldeias acabaram provocando um verdadeiro genocídio de povos africanos.
Em troca de apoio político local, os europeus aliavam-se a alguns chefes tribais prometendo-lhes, e a seus povos, benefícios e privilégios em relação às demais nações.
Assim, na maioria das regiões dominadas, a população nativa foi obrigada a se submeter aos desmandos de chefes tribais corrompidos pelos interesses estrangeiros.
Sobre a dominação imperialista no continente africano, o historiador Héctor Bruit fez a seguinte análise: " A África foi, provavelmente, o continente que mais sofreu com a devastadora ação do imperialismo, talvez porque fosse o mais fraco ou , ao contrário como aconteceu em algumas áreas de resistência que opôs significou um esmagamento maior. Em todo caso, foi o único continente a ser dividido sem que se respeitasse a unidade linguística e cultural de seus povos(...)".
Na Ásia,a partilha ampliou os conflitosexistentes entre os países europeus: Inglaterra, França, Alemanha, Holanda e Bélgica, e envolveu também Estados Unidos e Rússia. Caracterizou-se pela exploração de produtos agrícolas e artesanais a baixo custo e pelo interesse em ampliar os mercados consumidores, um vez que os governos locais dificultavam o comércio com os países ocidentais( caso, principalmente, da China e do Japão).
As exigências dos países imperialistas sobre os governos asiáticos consistiam em obter acesso aos portos e ás regiões do interior para desenvolver as relações de comércio internacional. Para isso propunham a construção de ferrovias, estrada de rodagem, e a venda de maquinários ocidentais.

A Índia e a China foram os países asiáticos que mais despertaram a cobiça estrangeira. A Índia esteve sob domínio britânico entre 1750 e 1947: inicialmente com governo próprio e como aliada econômica; a partir de 1876, como possessão oficial, o que na prática representou a perda da autonomia política (a rainha Vitória, da Inglaterra, chegou a ser coroada imperatriz da Índia, assim como seu sucessor Eduardo VII).

Na China era disputada pro diversos países porque representava significativo mercado consumidor (estimativa apontam para uma população de 500 milhões de habitantes no final do século 19) e por ser considerado um vasto território para investimentos em transportes e indutrialização.

Uma das estratégias para vencer o governo chinês foi estimular entre a população o consumo generalizado de ópio, droga extraída da papoula e utilizada no país para fins medicinais. O produto vinha da Índia e era revendido por comerciantes ingleses; a crescente dependência química da população chinesa provocou a proibição do uso da droga que era contranbandeada pelos ingleses. Como a medida contrariava os interesses econômicos da Inglaterra , em 1840 foi declarada a Guerra do Ópio, que se prolongaria em sucessivas etapas por quase vinte anos e acabaria envolvendo outros países, como França e Estados Unidos. Isso pode ser comprovado com um documento oficial proveniente do governo da rainha Vitória, citado pelo historiador Panikkar:

"Quando vemos que a cultura do ópio nos territórios da Companhia das Índias Orientais é um monopólio estrito, que a droga é vendida pelo governo da Índia nos mercados públicos e que sua destinação é tão conhecida que em 1837 o conselho diretor das Índias Orientais prometeu publicamente grandes prêmios aos navios que se dirigissem à China naquele ano quando constatamos que as comissões da Câmara dos lordes e da Câmara dos comuns interessaram-se minuciosamente pela cultura do ópio, pelo total de rendas que ela trazia à Índia, e que, sabendo perfeitamente qual seria sua destinação final, hesitariam em concluir que parecia conveniente abandonar uma fonte de renda tão importante... Quando, ainda mais, sabemos que o Ministério da Índia, presidido por um membro do gabinete, controla completamente a Companhia das Índias Orientais e tem toda liberdade de impedir o que ela não aprova, devemos confessar que seria mais injusto lançar a censura ou o desprezo ligados ao comércio do ópio sobre os mercadores cuja atividade tinha a sanção direta e indireta das mais altas autoridades".
De acordo com o historiador Nicolau Sevcenko, o imperialismo representou"(...)um avanço acelerado sobre as sociedades tradicionais, de economia agrícola, que se viram tomadas rapidamente pelos rítmos mais dinâmicos da industrialização europeia, norte americana e, em breve japonesa. Não bastava entretanto, às potências incorporar essas novas áreas às suas possessões territoriais; era necessário transformar o modo de vida das sociedades tradicionais, de modo a introduzir-lhes os hábitos e práticas de produção e consumo conformes ao novo padrão da economia de base científico-tecnológica. Foram essas tentativas de mudar as sociedades, sua culturas e costumes seculares, que desestabilizaram suas estruturas tradicionais, causando uma série de revoltas, levantes e guerras regionais contra o invasor europeu e seus aliados locais, entre a metade do século 19 e o início do século 20".
A partilha da África e da Ásia acentuou as rivalidades entre as potências econômicas da época, constituindo uma das causas da primeira guerra mundial(1914-1918).Além disso, representou o massacre cultural dos povos colonizados, a exploração desmedida dos recursos naturais e o esfacelamento dos governos locais.
Fontes: A Era dos Impérios/Eric j. Hobsbawm; Coleção Navegando pela Hitória; A dominação ocidental na Ásia do século 15 aos nossos dias/K. M. Panikkar



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